segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Tá chegando a hora

A espera de nove meses está no fim. Dentro de mais algumas horas, ou dias, teremos o resultado do que Marta e Danilo prepararam. Aqui do lado de fora, a torcida é grande para que tudo dê certo, que o Nicolas nasça saudável e animado como seus pais. Enquanto isso, para matar o tempo e aliviar o nervoso, fiz mais um "trailer". Olhaí:

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O tempo voa

Como sabem todos os que acompanham este blog, minha filha Marta está para ser mãe a qualquer momento. Enquanto o Nicolas não resolve sair do bem bom para enfrentar este mundo ingrato, estamos todos em compasso de espera.

E aí é inevitável que muitas coisas passem pela cabeça branca e quase pelada do avô. O fato de ser o segundo neto não alivia muito a expectativa. Afinal, é o primeiro filho da filha caçula.

Não faz muito tempo, todos os três filhos (Marta, André e Pedro) eram crianças que precisavam de nossos cuidados e atenção. Levavamos os três pela mão ainda ontem. Carregávamos no colo anteontem. A Lúcia estava grávida só um pouco antes.

Daí, pra matar um pouco a saudade dos filhos pequenos, fiz um treilerzinho daqueles de brincadeira, com cenas da última grande viagem de férias que fizemos todos juntos. Foi um roteiro meio maluco nos Estados Unidos: Miami-Tampa-Fort Lauderdale de carro, cruzeiro de uma semana pelo Caribe (de navio, naturalmente), Fort Lauderdale-Orlando de carro, Orlando-Washington de trem (num vagão dormitório) e de Washington voltamos ao Brasil.

Agora as três crianças estão em outras viagens, por conta própria. E Lúcia e eu, livres, leves e soltos para tocar nosso próprio trajeto, sem eles. É a vida. E, cá entre nós, uma boa vida.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Scotland, pero no mucho

Leitores mais observadores já notaram que não fiz até agora nenhuma referência a dois ícones escoceses: o uísque e o haggis. As explicações são relativamente simples.

1. Como estou na cidade onde os irmãos Chivas (os tais que em 1909 lançaram o Chivas Regal, primeiro blended de luxo de fama internacional) instalaram sua lojinha de secos e molhados em 1801, fico um pouco constrangido de não falar de uísque. Mas o fato é que não sou apreciador. Não saberia distinguir, no paladar, entre um blended e um single malt. Precisaria ter comigo meus amigos Mário Medaglia e Flávio Sturdze, para poder analisar com alguma profundidade e graça o panorama que se descortina nas imensas prateleiras de uísques dos supermercados. Numa das próximas folgas, talvez vá visitar uma das inúmeras destilarias que existem por aqui. E aí falarei um pouco sobre essa bebida que ajudou a tornar a Escócia conhecida no mundo inteiro.

2. O prato nacional da Escócia é o haggis. Todo dia 25 de janeiro, ou nas proximidades, ocorrem celebrações noturnas em memória do grande poeta escocês, Robert Burns, nascido nessa data. E, no centro das solenidades, está o haggis. A quem Burns dedicou um poema.

Para saber o que acontece numa ceia da Burns Night,  clique aqui (em inglês).

Como estou numa casa de brasileiros e acompanhado de uma cozinheira brasileira, é claro que o menu não é escocês. E nos restaurantes, mesmo nos pubs, que em geral têm um cardápio mais local, tenho passado ao largo do haggis, porque nunca fui muito adepto dos miúdos.

A grosso modo, o haggis é um prato feito com miúdos de ovelha (principalmente o coração, pulmões e fígado), temperados e misturados com gordura e aveia, enfiados no estômago da própria ovelha, que é costurado e colocado para cozinhar por várias horas. Tem pronto nos supermercados, mas quem quiser ver um guia ilustrado de como é feito, é só clicar aqui.

Acredito que muita gente goste desse tipo de comida. Aqui tem muitos entusiastas. Mas eu, infelizmente, não sou chegado. Sorry.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

E por falar em cerveja...

Algumas das cervejas "estranhas" que animaram nosso final de ano
A cerveja é a bebida oficial e nacional do verão brasileiro. O calor é o pretexto para uma "loira estupidamente gelada". Que nem sempre é saboreada. Apenas bebida às pressas, para matar a sede. Mas a verdade é que a cerveja no Brasil (que os políticos que adoram aumentar impostos não nos ouçam) tem fama internacional de ser muito barata.

Há divergências sobre a classificação das cervejas mais consumidas no Brasil. Embora alguns rótulos contenham a identificação "pilsen", há quem assegure que elas estariam melhor localizadas entre as cervejas conhecidas como "standard american lager". Cerveja leve , com sabor mais ou menos uniforme entre as várias marcas, sem grandes emoções gustativas. Fácil de beber, barata e própria, portanto, para consumo de massa.

De uns tempos para cá é que começaram a aparecer algumas novidades. Seja de micro cervejarias ou importadas, já temos acesso a cervejas que fogem do padrão brasileiro de uniformidade. E que, embora alguns bebedores tradicionais possam discordar, têm melhor qualidade.

Apesar dos supermercados de Florianópolis já terem gondolas para as tais "cervejas especiais" e alguns bares oferecerem um estoque grande de marcas de cerveja, a gente ainda se surpreende ao chegar ao setor de cervejas de supermercados de países que apreciam a bebida há alguns séculos, como é o caso do Reino Unido (e da Alemanha, da República Tcheca, da Bélgica, etc).

Geladeira ao ar livre (Se clicar nas fotos, abre-se uma ampliação)
A variedade não é só de marcas, mas também de "sabores". As mais comuns por aqui são Ale, Lager, Pilsen e Stout. E no mundo todo (pelo menos no mundo civilizado) há um crescimento expressivo das pequenas cervejarias. Assim como ocorre em Santa Catarina, onde já é possível fazer um "roteiro da cerveja" bebendo os bons produtos locais em vários municípios. Portanto, as escolhas são difíceis, entre cervejas locais, regionais, nacionais e importadas.

Excelente cervejinha regional

INDICADORES ECONÔMICOS

Já falei, em posts anteriores, sobre a surpresa que foi encontrar aqui preços mais baixos que os do Brasil em vários itens. Pois com a cerveja não foi muito diferente. Tá certo que os preços da cerveja brasileira, das marcas mais consumidas, ainda é mais baixo que os preços que encontrei aqui. Mas estão assustadoramente próximos.

Até onde consegui saber, o preço da garrafa de 600 ml de Skol num supermercado daí está por volta de R$ 2,17, o que dá menos de uma libra (cerca de 0,82). Garrafa de um litro de Skol, no Angeloni, custa R$ 3,99.  É um bom  preço. Mas se a gente começar a sofisticar, a coisa vai ficando mais amarga: Eisenbahn (355 ml), R$ 4,75, Erdinger (500 ml) R$ 12,70...

Em Florianópolis, no supermercado, as latinhas de 350 ml variam de R$ 0,99 (Bavaria) a R$ 1,99 (Heineken).

Bom, esses são alguns dos preços daí, colhidos sem muita precisão, apenas para facilitar a comparação com alguns preços daqui, que anotei num dos supermercados aqui perto de casa (Asda). A conversão de libras para reais foi feita hoje no Google. E a constatação, que me parece óbvia: o Brasil está perto de perder sua fama de lugar onde a cerveja é barata. Pelo menos quanto à cerveja de qualidade, a coisa aí está feia.

Latas de 440 ml (ATENÇÃO: 440 ml)

Foster: R$ 2,45
Stella Artois: R$ 1,72
(nunca é demais lembrar que no Brasil  a Stellinha com 275 ml custa R$ 2,19)
Carlsberg: R$ 1,89
San Miguel (mexicana): 2,75

Lata de 500 ml

Budweiser original (tcheca): R$ 2,15


Garrafas

Grolsch 450 ml: R$ 4,95
Newcastle Ale 550 ml: R$ 4,50
Duvel 350 ml: R$ 4,18
Heineken 650 ml: R$ 5,24
Becks 660 ml: 3,97
Stella Artois 660 ml: R$ 3,97

Nos restaurantes e pubs, é claro que os preços são um pouco mais altos. Tenho tomado pints (copos com 568 ml de chopp) por 3 libras (mais ou menos R$ 8,00). Dependendo da marca e do local, pode chegar a R$ 10,50 ou um pouco mais. Ah, e até agora sempre encontrei as cervejas bem geladas. Até porque a "temperatura ambiente", na rua, equivale ao que encontramos nas geladeiras daí.

Por falar nisso, a unidade básica de consumo por aqui é o pint. Os abstêmios podem pedir copo de meio pint. E como a noitada começa cedo (escurece às cinco da tarde, na hora em que o pessoal sai do serviço e pouco depois os bares já estão cheios), haja pint. Bebendo cerveja à base de copos com meio litro e comendo a excelente comida dos pubs (saborosa, gordurosa e irresistível), temo ter que usar dois assentos no avião, ao voltar para o Brasil.

Bom, fico por aqui. Volto amanhã.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Lago Ness, não tem?

Aproveitamos a folga do final de semana e fomos dar uma espiadinha no Lago Ness, que é famoso no mundo inteiro porque seria o lar de um monstro que ninguém nunca viu e cuja existência é posta à prova a todo momento.

Se vocês tiverem a curiosidade de olhar no Google Maps ou Earth, verão que se trata de um lago compridão que, para o padrão dos rios brasileiros (em especial do norte do país), seria mais um rio do que um lago. Ele desagua no mar do Norte por meio do rio... Ness. Que é uma espécie de continuação, estreita e rasa, do lago.

À beira do rio está Inverness, a cidade mais próxima do lago (e próxima do mar, tanto que seu nome quer dizer algo como "foz do rio Ness"). É considerada a "capital das terras altas" e ali se preserva com maior cuidado a tradição escocesa, cultivando a história e os costumes.

O monstro do lago, portanto, é o menor dos motivos para se visitar aquela região. Vou contar a cronologia do nosso passeio de sábado. Espero que seja interessante. Só para lembrar: ao clicar nas fotos, abre-se uma ampliação.

SEXTA

Há quem prefira a aventura de comprar entradas e tickets na hora. Mas desta vez preferi o conforto de comprar quase tudo na véspera, pela internet. Dá para escolher o horário do trem, o tipo de passeio, o trajeto, ver se tem lugar e pagar. No dia, é só chegar no horário e aproveitar.

SÁBADO

8h36min - DYCE/INVERNESS

Dyce Airport Train Station. Bem básica, né?
Na máquina de comprar passagens que tem na pequena estação de trem de Dyce (que é o bairro de Aberdeen que equivale ao Carianos, em Florianópolis, porque fica perto do aeroporto), retirei os tickets comprados na véspera. E, com pontualidade britânica o trem chegou. E partiu em seguida.

É uma viagem de duas horas, com várias paradas. Todas rápidas, só para embarque e desembarque. No caminho, paisagens rurais. E uma ou outra destilaria de uísque.

O trem é confortável e a diferença entre a primeira e a segunda classe é apenas a cor do revestimento das poltronas. E o preço, claro.

Taí um animal que não deve ter problemas com o frio...
A tomada elétrica no trem permite carregar celulares e usar laptop
Paisagem vista da janela do trem, em algum lugar do interior da Escócia

10h40 - EXPLORANDO INVERNESS

A estação do trem, como é comum na Europa, fica bem no centro da cidade. É sempre um bom ponto de partida para conhecer as redondezas a pé. No sábado, além do frio, tinha um ventinho que ajudava a derrubar a sensação térmica. Os termômetros marcavam uns 3 graus, mas a faca gelada que cortava as bochechas parecia estar abaixo de zero grau.

Rio Ness, que traz água do lago Ness para o mar do Norte
Inverness, às margens do rio Ness
À direita, o centro da cidade antiga
 Perto da estação, a umas três ou quatro quadras, está o rio Ness, em torno do qual a cidade se instalou. Entre um e outro, o mercado vitoriano (da época da rainha Vitória, saca?) abriga lojinhas do comércio local. Uma delas, de alfaiates especializados em kilts, as famosas saias que os escoceses agora usam apenas em festas e eventos de gala. Mais o menos nas ocasiões em que nós usaríamos smokings.

Outra lojinha interessante é a que vende gaitas de fole e seus acessórios e componentes. Se a palheta da sua gaita precisa ser trocada, ali é o lugar. Se o saco puiu, ali tem o conserto.

Almoçamos num restaurante chamado "The Mustard Seed". Como não tinhamos feito reserva, acabamos num lugar meia boca, longe das janelas. Embora na Escócia se consiga encontrar bons lugares, onde se come muito bem, não foi este o caso. Não que o The Mustard Seed seja um restaurante ruim ou caro. O serviço é eficiente e atencioso. E os pratos pareciam ser feitos com algum capricho, mas não passaram pelo teste das nossas exigentes papilas gustativas. Pedimos um prato de peixe (afinal, estamos à beira mar) e, como resultado, na próxima ida a Inverness procuraremos outro restaurante.

O café foi tomado em outro lugar, uma espécie de confeitaria, muito simpática. E daí fomos para a "rodoviária" que fica ao lado estação do trem, para pegar o ônibus de excursão que nos levaria para passear no lago.

14h15min - LAGO NESS, AQUI VOU EU

Existem algumas empresas que fazem passeios pelo lago. Escolhemos a Jacobite por que é uma das mais tradicionais e opera o ano inteiro. E porque tinha passeios com várias durações e horários de saída. Preferimos um passeio relativamente curto (duas horas e meia) que incluia navegação pelo lago e visita ao castelo de Urqhart, um dos marcos da história da Escócia.

O guia/motorista, muito simpático, ia falando ao microfone durante o tempo todo em que dirigia. O sotaque escocês ajuda a complicar a compreensão do que eles falam, mas sempre que não tinha algum chinês falando alto por perto, dava para ir acompanhando as atrações que ele mostrava pelo caminho.

A excursão que pegamos não era centrada no monstro, mas na história escocesa. O que foi ótimo. Se não tivesse um "monstro" azul no pier onde embarcamos no barco que nos levou lago adentro, nem lembraria que estava no lendário habitat dessa figura puramente imaginária. Localidades às margens do lago cultivam essa lenda com evidente interesse comercial. Tem museu do monstro, centro do monstro, lojas repletas de souvenirs. Mas passamos ao largo de tudo isso. Talvez numa outra vez...

O barco que levou nosso grupo lago acima
Tem locais parecidos com esse na ilha de Santa Catarina, não tem não?
Procurê, procurê, mas não vi o tal monstro do lago Ness.
 A navegação  no Lago equivale a navegar nas baías da ilha de Santa Catarina. No caso, em dia de vento sul, por causa do frio. Que estava meio que insuportável fora da cabine fechada.

O castelo de Urqhart, que foi deixado em ruínas por seus últimos ocupantes, para evitar que os inimigos tomassem posse, tem uma história triste, de derrotas e tragédias, mais ou menos como a história da Escócia. Dominação externa, lutas internas entre os senhores feudais (os clãs eram espécies de feudos e o tal de MacDonald, uma peste), opressão inglesa... não é fácil encontrar momentos de paz ou alegria. Mas é uma história cheia de bravura e coragem. Mesmo com vitórias escassas.

Um dos pontos altos da visita ao castelo é o documentário de dez minutos que se assiste dentro do centro de visitantes. Ao final, a tela sobe a as cortinas se abrem permitindo ver, na grande janela envidraçada, o castelo, ou o que sobrou dele. Claro, pouca gente tem saco para essas coisas históricas. Do nosso grupo, apenas Lúcia e eu assistimos a essa apresentação.

Restos de uma catapulta usada em um dos inúmeros sítios à fortaleza
O lago Ness e as ruínas de Urqhart

17h11min - INVERNESS/DYCE

O ônibus da Jacobite (o nome da empresa vem dos Jacobitas, católicos que tiveram grande participação na história local) deixou-nos no centro de Inverness pontualmente às 17h. Como a estação ferroviária fica no... centro da cidade, ainda conseguimos pegar o trem das 17h11min. O retorno teve um atraso num dos trechos e chegamos em Dyce um pouco além do previsto, às 19h40min. Lamentável. Ainda que o motorneiro, compungido, tenha pedido muitas desculpas pelo inconveniente.

No "trailer" abaixo, mais uma brincadeira, mostrando cenas do passeio. A "vítima", desta vez, é a Lúcia.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Pode vir

Chegamos agora àquele período em que o guri pode nascer a qualquer momento. O limite é 31 de janeiro. Se não nascer até lá, vamos entrar com uma ordem de despejo para recuperar o imóvel. Não há, portanto, muito a fazer além de esperar.

Marta e Danilo são previdentes e, como estão há tempos planejando essa aventura, têm tudo pronto. O moisés dos primeiros dias, o berço, o carrinho, a cadeirinha pro automóvel, roupas, etc, tá tudo arrumadinho, limpinho e pronto pra usar. Ah, se clicar nas fotos abaixo, abre-se uma ampliação.

A "frota" do Nicolas: balancinho, moisés, carrinho e berço.

No Reino Unido, quando a pessoa fica grávida avisa seu centro de saúde e marca uma consulta com a midwife, que é uma profissional de saúde, uma espécie de enfermeira cuja função, em certa medida, é parecida com o que a gente conhece, no Brasil, como parteira. A partir da primeira consulta, a grávida passa a ser acompanhada pela "sua" midwife. Ela coleta sangue, testa urina, faz os testes, medições e, sempre que necessário, pede ao clínico geral alguma receita.

Se a gravidez é normal, a grávida não vai ao médico. E nem o parto terá a presença de médicos. Apenas midwifes. Na maternidade, contudo, há médicos, que podem se acionados se necessário. Eles acompanham gestações de risco, múltiplas (gemeos, etc) e quando a criança não está na posição correta.

A cesariana, por incrível que possa parecer para os brasileiros, aqui é exceção. Uma cirurgia a que se recorre apenas quando necessário. O normal é o parto... normal. As midwifes estudam, no seu curso profissional, casos como o do Brasil, país que realiza um volume absurdo de cesarianas. Ao atender uma brasileira, preocupam-se em explicar que no UK a forma de encarar a cesariana é diferente. Vai que a criatura é adepta da cesarianomania...

A Marta, contudo, vem de uma família de boas parideiras, sem medo de parto normal e a orientação do serviço de saúde britânico coincide com o que ela pensa. A gravidez foi, com tudo isso, bem tranquila. E tudo indica que o parto também será. Numa maternidade pública. Aberdeen, por falar nisso, não tem maternidade particular. Há algumas cidades, na Grã-Bretanha, que até tem maternidades ou hospitais particulares. Mas não há a menor necessidade de procurá-los, porque a qualidade do serviço de saúde público (e gratuito) é de... primeiro mundo.

Fronha bordada em Florianópolis, pela bisa Flávia

Nas lojas aqui da Escócia tem de tudo para bebês e crianças. E a maior parte das coisas a preços bem inferiores aos que a gente encontra no Brasil. Mas o que não se encontra aqui e que tem bastante por aí, são objetos artesanais. Rendas, bordados, coisas feitas a mão são os melhores presentes que podem chegar do Brasil. Porque são únicos e não tem por aqui.

Marta e o berço. Tudo pronto.

Como já contei num dos posts anteriores, o propósito da nossa vinda (minha e da Lúcia) é ajudar com uma série de tarefas que já ficam difíceis para a Marta, por causa do peso do barrigão e que o marido, que só terá licença quando o nenem nascer, não tem como fazer.

Além da faxina, as comidinhas caseiras da vó Lúcia também têm feito muito sucesso. Os sabores e aromas que têm sido produzidos todos os dias são os mesmos que povoaram a infância e a juventude da Marta. E, desde o final do século passado, também foram ficando familiares ao agregado, Danilo.

Lúcia, a cozinheira importada do Brasil,

E a tecnologia ajuda a preservar a tradição. Outro dia, deu desejo de comer o pastelão de camarão da vó Flávia (mãe da Lúcia, exímia cozinheira, que está em Florianópolis). Mas ninguém lebrava direito da receita, porque era sempre a Flávia que fazia. Graças ao skype (e à habilidade da Flávia que, com 81 anos consegue ligar o computador, conectar-se à internet e atender a uma chamada com vídeo), Lúcia e Marta conversaram com a mestra do pastelão e conseguiram arrancar os segredos da receita. Daí foi só mandar o vô Cesar ao supermercado buscar os ingredientes que faltavam e pronto.

Um dos pratos de maior sucesso: pastelão de camarão, receita da vó Flávia.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Notícias de casa

Por mais que a gente queira "se desligar", sempre acaba, quando em viagem, dando uma espiadinha em como vão as coisas "em casa". Agora, com internet disponível em todo lugar, com wi-fi e 3G, smartphones e tuíter, a tarefa é simples e rápida. Em poucos minutos a gente fica sabendo dos estragos da chuva, das mesmices ditas pelas "autoridades", da falta de prevenção e da luta dos abnegados que, na hora do desastre, ou pouco depois, sempre fazem a diferença.

Se fosse depender dos noticiários da TV local, ficaria sem saber notícias de casa. Aqui no UK, acompanhamos até com bastante detalhe as inundações da Austrália. Mas o desastre no estado do Rio mereceu poucos minutos, durante uns dois ou três dias e depois o Brasil voltou a submergir no esquecimento.

A única emissora de TV brasileira disponível para quem tem tv por asssinatura no Reino Unido é a Record Internacional. Grátis, no pacote básico da SKY. Ah, teoricamente também tem a Globo Internacional, mas pra assinar é uma chatice (tem que por outra antena, etc), além de ser caro paca (veja preços e condições aqui). Resultado: pra ouvir notícias em portugues brasileiro tem que ser com a turma do bispo. Bom, como eu não assistia a Record no Brasil, também não vejo aqui, exceto um ou outro trecho de noticiário. Mas tá ali, pra quem quiser.

Por falar nisso, a grade de programação da Record aqui na Europa (veja o site do canal aqui) inclui o "Fala Portugal" um programa transmitido em portugues de portugal. Não entendi direito. Concorrência com a RTP? Afinal, a clientela não seriam os brasileiros espalhados pelo mundo? Bom, deve ser algum projeto para familiarizar os brasileiros com o portugues europeu.

O fato é que, quando "em casa" a situação tá russa e a maioria está preocupada com as chuvas e suas consequencias, fico meio sem jeito de ficar falando de coisas nada a ver. Por isso, fico por aqui, desejo um domingo mais calmo pra vocês todos e volto amanhã com historinhas deste lugar aqui no norte do mundo onde não só não tem chovido como, pior, também não tem nevado.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O frio, esse desconhecido

Marta e Danilo nas ruínas do castelo de Stonehaven

Nós, os brasileiros (em especial os do sul), temos uma relação meio complicada com o frio. A razão, acho, é simples: como nossas casas não estão preparadas para o frio, acabamos vivendo 24h na temperatura ambiente. Se lá fora está 10 graus, dentro de casa estará, quando muito, 15 graus. Se não estiver ainda mais frio. Isso o tempo todo. E aí não tem quem aguente.

Quando a gente ouve falar em lugares que passam meses com uma temperatura externa de zero grau, pouco mais ou menos, tem até um arrepio porque nos imaginamos tremendo, dentro de casa, enrolados em cobertores, com aqueles puloveres grossos de lã. Passando frio.

E a realidade, nos lugares preparados para baixas temperaturas, é que se sente muito menos frio que nos invernos de Florianópolis.

O inverno aqui em Aberdeen não está muito rigoroso. Hoje, por exemplo, está uns 4 graus. Perto do Natal estava abaixo de zero (e nevou bastante). Mas já teve dia, no começo do mês, que chegou a 10 graus. Dentro de casa, contudo a temperatura é de cerca de 25 graus. Dá pra andar de camiseta de mangas curtas.

Pra ir do hotel até a casa da Marta, numa caminhada de menos de cinco minutos, coloco o casaco (um bem quentinho, que comprei no Canadá há quase dez anos), um gorro para cobrir a careca e as orelhas (orelhas e nariz são as primeiras coisas a congelar e cair :-)), luvas e um sapato ou botina impermeável (para o caso de ter gelo, barro, chuva ou neve). Coisas que, ao chegar, são tiradas e penduradas perto da porta de entrada. Dentro de casa, roupa "normal": nada de puloveres, casacos e outros agasalhos que costumamos usar no inverno florianopolitano.

Raramente a gente fica na rua mais de cinco minutos (sai de casa, entra no carro, desce do carro, entra no supermercado, etc). Nem dá tempo de sentir frio, se o casaco é apropriado.

Pra quem gosta de caminhar ao ar livre, ou vai passear em áreas abertas, é claro que é preciso cuidar um pouco mais com a roupa. Mas nada muito complicado (o segredo da roupa quentinha são as camadas: um cuecão sob a calça, uma boa camiseta sob a camisa, etc). E quando a gente está na rua há muito tempo e começa a sentir frio, é só entrar em qualquer lugar (uma loja, um pub, um shopping) pra se aquecer um pouco e depois continuar o passeio.

Ah, o ideal é comprar casacos, luvas, meias, etc, em cidades habituadas com o frio: as lojas oferecem material adequado, com bom isolamento térmico e bom preço. A maioria das "roupas de frio" que a gente encontra no Brasil não funcionam muito bem em temperaturas realmente baixas, com vento ou neve.

Eu e meu velho casaco, num cenário "noir".

O dia-a-dia

O objetivo desta viagem é bem simples: ficar um tempo perto da Marta e do Danilo, para ajudá-los antes e depois do nascimento do Nicolas.

Como vocês sabem, faxineira, diarista, empregada, é coisa de países como o Brasil. Em lugares como o Reino Unido não tem disso. Só gente muito, mas muito rica, pode se dar ao luxo de pagar por uma ajuda para as tarefas domésticas. Com o Danilo tendo que trabalhar (ele é engenheiro mecânico manezinho formado pela UFSC, não tem? contratado pela Schlumberger) e a Marta carregando um barrigão, nossa tarefa (minha e da Lúcia) é manter a casa em dia, fazer comidinhas caseiras e ajudar no dia-a-dia.

A logística foi facilitada pela existência de um hotel a uns 150 m da casa deles, onde nos hospedamos. Com isso mantemos uma certa privacidade (pra nós e para eles) e podemos ir e vir a pé, em poucos minutos.

Num dos próximos posts vou comentar, com detalhe, o sistema de atendimento pré-natal do sistema de saúde do Reino Unido (o SUS daqui). Cada grávida é acompanhada por uma "midwife" (uma espécie de parteira qualificada) e, se tudo vai bem, praticamente nem vê o médico. As despesas e preocupações ficam apenas com a compra do carrinho do bebê, berço, fraldas, essas coisas.

EU E MINHAS SURPRESAS

Sempre achei que a vida no país da libra esterlina deveria ser muito cara. Afinal, a libra vale mais que o euro e bem mais que o dólar. E qual não foi minha surpresa quando, ao fazer o primeiro rancho de supermercado (Asda, da rede Wal-Mart, tal e qual o Big), notei que muitas coisas eram mais baratas que no Angeloni. Ou no próprio Big. E nada era muito mais caro. Se quiserem comparar, é só dar uma olhada no site deles, aqui.

Quando eu falo "mais barato", é claro que já fiz a conversão. Em geral, multiplico o preço em libras por 3, para ter o valor em reais (se quiser ser bem exato, uma libra vale cerca de 2,7 reais). E, mesmo assim, a conta do restaurante chiquetoso, por exemplo, sai mais em conta que em muitos restaurantes nem tanto da nossa ilha.

Enfim, acabei constatando que o Brasil tem um custo de vida tão alto, que até no Reino Unido, ora vejam só, a gente acha que as coisas não são asssim tão caras. E olha que nem falei dos telefones celulares (em comparação, o que fazem conosco no Brasil é roubo), da tv por assinatura (a Sky tem pacote completo, com centenas de canais, dezenas em HD e vários em 3D, mais barato que o pacote completo capenga da Sky no Brasil), do custo de água e luz e dos impostos e seu retorno.

Ah, o Pedro e a Sara deram uma chegadinha a Dublin, na Irlanda, pela Ryanair, pagando uns R$ 30 (mais taxas) pela passagem aérea.

Bom, agora vocês já sabem que não estou só no bem bom, turistando. Já lavei as janelas (náo ficou muito bom, vou ter que lavar de novo), já passei aspirador de pó, já lavei muita panela (os pratos e coisas menores a máquina lava), já ralei muito queijo, já levei muito lixo pra lixeira e pros conteineres de descartáveis. E neste exato momento a Lúcia tá pegando no meu pé, para que eu pare de blogar e comece a trabalhar, que já são quase onze horas e ainda não fiz nada que se aproveite.

E lá fora, desde que começou o ano, nada de neve. Mas pelo menos tem céu azul e sol brilhante (não esquenta nada, mas ilumina bastante) e, nesta semana, uma lua esplendorosa, a mesma que vocês, em outra temperatura, também devem estar admirando.

Amanhã eu volto, pra mostrar umas fotinhas da paisagem.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

White Christmas

Continuando a viagem. No dia 22 de dezembro conseguimos embarcar de Londres para Aberdeen. Sem grande surpresa, por causa da nevasca daqueles dias, descobrimos que o vôo original tinha sido cancelado. Uma intensa articulação, com ligações para a TAM no Brasil, em Londres e para a British (que iria operar o vôo doméstico), acabou resultando na abertura de quatro vagas para nós num vôo que sairia algumas horas... antes!

Correria para fechar as malas, fazer checkout no hotel e sair do centro de Londres para chegar a Heathrow, em dia de semana, em poucos minutos. No aeroporto, meio fechado, só entrava quem tivesse vôo confirmado. Lá dentro, uma bagunça controlada. E ao chegar ao embarque, nos sentimos em casa: iriamos voar num avião da Embraer. Que saiu no horário, apesar dos pesares.

Depois, fiquei sabendo que só conseguimos embarcar porque meu genro teve uma conversa séria com o balcão da TAM em Heathrow. E o pessoal da empresa sentiu que tinha alguma responsabilidade no caso. Mais uma vez, na mesma viagem, a TAM supreende positivamente. Quer dizer, parte da TAM. O pessoal do Brasil sequer sabia que o vôo original tinha sido cancelado. E chegaram a discutir conosco, duvidando dessa informação.

Chegamos em Aberdeen num dia claro e encontramos a região totalmente coberta por um lindo tapete branco. Já mostrei essa chegada num filminho que coloquei no "De Olho na Capital". Mas repito aqui pra quem não viu.



Foi nosso primeiro Natal na neve. E o Natal, vocês sabem, é uma data cuja simbologia é totalmente invernal. E com neve. Nada parece ter sentido fora desse contexto. Os filmes, as roupas dos personagens, a decoração, as lendas, tudo envolve neve e frio. Por isso foi tão bom ter bastante neve no nosso primeiro Natal passado no hemisfério norte.

E, ainda mais legal, conseguimos reunir quase toda a família. Faltaram apenas Alice, Augusto e André, que ficaram em Brasília.

Pra encerrar, mais um filminho de brincadeira. O iMovie, que é um programa da Apple para editar videos no Mac, tem esse recurso bem fácil e divertido, de criar trailers. Que, suponho, acaba divertindo mais quem faz do que quem assiste. :-)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Londres, um dia é pouco!

Com a inesperada escala em Madri, acabamos perdendo um tempo precioso da nossa estada em Londres. Dia 20 tinhamos agendado um chá numa das tradicionais casas de chá inglesas. Não por nada, mas apenas para sentir o gostinho dessa tradição que eles cultivam com tanto carinho por séculos.

Com o atraso, tivemos que cancelar a reserva e conformar-nos em atravessar a madrugada na fila da aduana. O aeroporto de Heathrow normalmente não funciona de madrugada. Mas com o fecha-abre da neve, eles abriram exceção, para receber voos até mais tarde e desafogar um pouco a demanda reprimida. Só que não colocaram pessoal extra nas cabines de carimbar passaportes.

O resultado: estavam funcionando duas cabines para passaportes britânicos e da união européia e duas para o resto do mundo. Só o nosso vôo (um boeing 777) trouxe mais de 300 pessoas de Madri. E estavam chegando (ainda que num ritmo vagaroso, porque poucos fingers funcionavam, outros vôos, de várias partes do mundo). Chegamos à fila antes da meia-noite. Mas tudo indicava que dali não sairíamos tão cedo.

Perto das quatro da manhã terminaram os passageiros europeus e os dois exaustos agentes de aduana vieram ajudar os outros dois que estavam na área do "resto do mundo". Aí foi um pouco mais rápido e às quatro e meia já estavamos no taxi, a caminho do hotel.

Falei duas vezes no "resto do mundo" porque achei graça nos cartazes que existiam na área da aduana, indicando as filas. Uma era para passaportes britânicos e da união européia. E no outro, dos demais passaportes (o resto do mundo), estava escrito, com todas as letras, "inclusive US citizens". Parece que os norte-americanos não conseguem aceitar muito bem que, ali, eles fazem parte do "resto do mundo" e custam a encontrar a sua fila.

Tinhamos pensado em aproveitar uns dias em Londres antes de seguir viagem (de 19 a 22), mas agora estavamos apenas com pouco mais de um dia e o jeito era fazer um programa do tipo "power London", para conhecer um pouco a cidade antes de ir embora. O Pedro já esteve em Londres, mas nós não.

Como na maioria das cidades que têm um bom serviço de metrô, em Londres também é possível locomover-se rapidamente e ir a qualquer lugar sem grande dificuldade. Basta saber ler os mapas da cidade e entender as rotas do metrô. O fato de estarmos num hotel próximo a uma estação (Euston), também ajuda bastante.

Pra começar o dia fomos ao The London Eye, a roda gigante construída à beira do Tâmisa, que permite uma boa visão da cidade. Londres é bem plana e usa esse recurso para que os turistas possam ter um ponto de vista elevado. Enquanto isso, cidades como Florianópolis, que têm um mirante natural (o morro da Cruz), não o valorizam.

Andamos por vários locais (Regent Street e Covent Garden, por exemplo) e deu até para ir assistir o The Lion King, espetáculo musical da Disney que faz grande sucesso e que tem uma montagem fantástica em Londres. A gente nem nota que se trata de uma história voltada para o público infantil. O passeio foi uma boa amostra, mas deixou um gosto de "quero mais". Talvez na volta, depois que o Nicolas nascer.

Amanhã tem mais. Agora fiquem com um "trailer" de brincadeira que fiz no iMovie, para o "filme" Londres, um dia é pouco!.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A surpreendente TAM

A TAM não é exatamente a empresa aérea mais querida por quem viaja com frequencia. Pelo menos no nosso caso, já tivemos muitos dissabores, mas também algumas boas surpresas.

A gente veio para a Europa no dia 18 de dezembro. Segundo o planejamento inicial, Lúcia e eu sairiamos de Florianópolis, Pedro e Sara de São Paulo. E voariamos os quatro juntos, do Rio até Londres. Do Rio porque a passagem era mais barata que saindo de São Paulo.

Claro, no dia o vôo de Florianópolis para o Rio estava atrasado, sem previsão de saída, aí nos ofereceram uma mudança de itinerário. Faríamos São Paulo - Londres. Bagunçou a história da família viajar junto, mas paciência. Pelo menos havia a garantia de pegar o vôo internacional. E como os dois sairiam mais ou menos no mesmo horário, nos encontraríamos em Heathrow.

No dia 19, de manhã, estavamos nos preparando para o café da manhã a bordo, quando notei, no mapa que aparece no video de cada poltrona, que o avião tinha feito uma curva para a direita na altura do Porto, em Portugal. Coisa estranha, porque ainda faltavam duas horas para chegar a Londres e normalmente os vôos de longo curso vão direto ao destino e só quando estão bem próximos é que fazem curvas e outros procedimentos de aproximação ou para pegar uma fila de aterrissagem.

Pouco depois, o comandante comunica que o aeroporto de Londres estava fechado por causa da neve e que iriamos descer dali a pouco em Madri, na Espanha. Uhu! Pelo jeito seria uma viagem cheia de emoções. Nos dias anteriores a gente tinha visto a situação nos aeroportos da Europa atingidos por fortes nevascas. Pelo menos desceríamos num aeroporto mais ao sul, sem neve. E, ao fundo, as más experiências com a TAM criavam uma expectativa ruim.

Ao aterrissar, começaram as surpresas. O despachante local avisou que havia onibus esperando, que iriamos para um hotel, onde teriamos refeições e telefones e que assim que fosse possível continuariamos a viagem. E, para nós, outra boa notícia: o avião do Rio tinha acabado de chegar, estava estacionado ao lado e os passageiros estavam pegando as bagagens.

Encontramos Pedro e Sara e, sem grandes demoras e sem transtornos, chegamos ao hotel, o Meliá Avenida América. De primeira.

Tudo muito surpreendente, em se tratando de TAM. E da situação geral dos aeroportos europeus naqueles dias, que estavam lotados de gente abandonada por suas transportadoras esperando, amontoados e mal instalados, pela abertura das pistas.

Como não havia o que fazer, resolvemos aproveitar a escala inesperada. Pegamos um ônibus na frente do hotel, que nos deixou no centro de Madri. Além de passear um pouco, acabei comprando um casaco de lã no El Corte Inglês, uma das grandes lojas de departamentos espanholas, que estava num preço ótimo. Estava pronto para o frio do nordeste da Escócia, nosso destino final.

No dia seguinte, penamos um pouco com a espera (ainda no hotel, mas já fora dos quartos) para ir para o aeroporto. Mas, novamente levando-se em conta o histórico da TAM e a situação de outros viajantes surpreendidos pela neve, estavamos muito bem servidos.

Para encurtar a conversa, chegamos a Londres no dia 20 à noite. Na hora em que o avião aterrisou, lá pelas dez e pouco da noite, teve até aplausos. Mal sabíamos que o verdadeiro inferno estava para começar. Mais de quatro horas de pé, na fila da aduana inglesa. Mas por enquanto chega. Conto a aventura londrina amanhã.

Fiquem com um filminho que resume a experiência madrilenha.

Uma nova viagem

Augusto e o papai André em Jurerê. Nov 2010.

Em fevereiro de 2010 nasceu meu primeiro neto. Filho do André Valente e da Alice Prina, o Augusto é um sujeito risonho e amigo do peito e da boa mesa. Nasceu em Brasília, enquanto Lúcia e eu estavamos em Florianópolis. O casal de pais estreantes teve a assistência da Nice, a avó materna, e tudo correu muito bem. A gente acha que uma ajuda extra, pelo menos nas primeiras semanas, é sempre importante.

Augusto e Vô Cesar, em novembro de 2010

Algum tempo depois, ficamos sabendo que havia outro neto a caminho. Desta vez, um pouco mais longe. Filho da Marta Valente e do Danilo Leite, que moram na Escócia. Deve nascer agora, em janeiro de 2011. E nós seremos os avós de plantão, escalados para ajudar os pais no começo dessa nova viagem.

Por isso tirei férias do "De Olho na Capital", arrumamos as malas e, mais uma vez, caímos no mundo. Este blog será, como deve ser, uma espécie de diário. Sem maiores pretensões do que manter o resto da família informada, mostrar as fotos mais recentes e ocupar-me nas horas vagas.

Sejam bem vindos a bordo e apareçam sempre. Provavelmente teremos novidades todos os dias.