segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Pode vir

Chegamos agora àquele período em que o guri pode nascer a qualquer momento. O limite é 31 de janeiro. Se não nascer até lá, vamos entrar com uma ordem de despejo para recuperar o imóvel. Não há, portanto, muito a fazer além de esperar.

Marta e Danilo são previdentes e, como estão há tempos planejando essa aventura, têm tudo pronto. O moisés dos primeiros dias, o berço, o carrinho, a cadeirinha pro automóvel, roupas, etc, tá tudo arrumadinho, limpinho e pronto pra usar. Ah, se clicar nas fotos abaixo, abre-se uma ampliação.

A "frota" do Nicolas: balancinho, moisés, carrinho e berço.

No Reino Unido, quando a pessoa fica grávida avisa seu centro de saúde e marca uma consulta com a midwife, que é uma profissional de saúde, uma espécie de enfermeira cuja função, em certa medida, é parecida com o que a gente conhece, no Brasil, como parteira. A partir da primeira consulta, a grávida passa a ser acompanhada pela "sua" midwife. Ela coleta sangue, testa urina, faz os testes, medições e, sempre que necessário, pede ao clínico geral alguma receita.

Se a gravidez é normal, a grávida não vai ao médico. E nem o parto terá a presença de médicos. Apenas midwifes. Na maternidade, contudo, há médicos, que podem se acionados se necessário. Eles acompanham gestações de risco, múltiplas (gemeos, etc) e quando a criança não está na posição correta.

A cesariana, por incrível que possa parecer para os brasileiros, aqui é exceção. Uma cirurgia a que se recorre apenas quando necessário. O normal é o parto... normal. As midwifes estudam, no seu curso profissional, casos como o do Brasil, país que realiza um volume absurdo de cesarianas. Ao atender uma brasileira, preocupam-se em explicar que no UK a forma de encarar a cesariana é diferente. Vai que a criatura é adepta da cesarianomania...

A Marta, contudo, vem de uma família de boas parideiras, sem medo de parto normal e a orientação do serviço de saúde britânico coincide com o que ela pensa. A gravidez foi, com tudo isso, bem tranquila. E tudo indica que o parto também será. Numa maternidade pública. Aberdeen, por falar nisso, não tem maternidade particular. Há algumas cidades, na Grã-Bretanha, que até tem maternidades ou hospitais particulares. Mas não há a menor necessidade de procurá-los, porque a qualidade do serviço de saúde público (e gratuito) é de... primeiro mundo.

Fronha bordada em Florianópolis, pela bisa Flávia

Nas lojas aqui da Escócia tem de tudo para bebês e crianças. E a maior parte das coisas a preços bem inferiores aos que a gente encontra no Brasil. Mas o que não se encontra aqui e que tem bastante por aí, são objetos artesanais. Rendas, bordados, coisas feitas a mão são os melhores presentes que podem chegar do Brasil. Porque são únicos e não tem por aqui.

Marta e o berço. Tudo pronto.

Como já contei num dos posts anteriores, o propósito da nossa vinda (minha e da Lúcia) é ajudar com uma série de tarefas que já ficam difíceis para a Marta, por causa do peso do barrigão e que o marido, que só terá licença quando o nenem nascer, não tem como fazer.

Além da faxina, as comidinhas caseiras da vó Lúcia também têm feito muito sucesso. Os sabores e aromas que têm sido produzidos todos os dias são os mesmos que povoaram a infância e a juventude da Marta. E, desde o final do século passado, também foram ficando familiares ao agregado, Danilo.

Lúcia, a cozinheira importada do Brasil,

E a tecnologia ajuda a preservar a tradição. Outro dia, deu desejo de comer o pastelão de camarão da vó Flávia (mãe da Lúcia, exímia cozinheira, que está em Florianópolis). Mas ninguém lebrava direito da receita, porque era sempre a Flávia que fazia. Graças ao skype (e à habilidade da Flávia que, com 81 anos consegue ligar o computador, conectar-se à internet e atender a uma chamada com vídeo), Lúcia e Marta conversaram com a mestra do pastelão e conseguiram arrancar os segredos da receita. Daí foi só mandar o vô Cesar ao supermercado buscar os ingredientes que faltavam e pronto.

Um dos pratos de maior sucesso: pastelão de camarão, receita da vó Flávia.

5 comentários:

Clarice Berka disse...

Olá Família! "Valentes"
As histórias são todas deliciosas, mas este pastelão da tia Flávia!,nem se compara. Pena que Aberdeen, fica longe daqui, pois eu e Maurício ja estavamos nos escalando para ajudar a Marta nas tarefas domesticas e quem sabe filar um pedaço deste pastelão. Um beijo para todos.Um bom parto Marta, e seja bem vindo Nícolas.

claudia bia disse...

Não sai uma receita para olhos gulosos, não?

Cesar Valente disse...

Bia, vou analisar tua sugestão. Quem sabe...

Amana disse...

Cesar, por acaso encontrei esse blog (menção do Carlos Tonet, aqui de Blumenau, via twitter) e fiquei mto feliz em saber notícias da Marta, minha querida amiga de colégio (lá dos tempos do Imaculada Conceição). Peço licença pra vc pra dar parabéns a ela! Faz anos que não a vejo, mas fiquei mto feliz em ver que está bem e perto de ter um filho.
Acaso ela queira falar comigo, meu email é amanastringari@gmail.com

Abraço,
Amana

Cesar Valente disse...

Já dei o recado, Amana.